Crítica: Tempo de Guerra - Será que vale à pena assistir esse filme de guerra?

Tempo de Guerra (Warfare) é um filme norte-americano que estreou oficialmente nos cinemas brasileiros no dia 17 de abril de 2025, e chegou ao Prime Video no dia 15 de junho. Escrito e dirigido pelo veterano da Guerra do Iraque Ray Mendoza e por Alex Garland (diretor de Guerra Civil e Ex Machina), e produzido pelos estúdios A24.

Baseado nas memórias de soldados que serviram na linha de frente no Iraque em 2006. E estrelado por Joseph Quinn, Cosmo Jarvis, Will Poulter, D'Pharaoh Woon-A-Tai, Charles Melton, Kit Connor e Noah Centineo.

Um grupo de fuzileiros navais americanos se encontra em meio a um intenso fogo cruzado com tropas guerrilheiras iraquianas. Eles estão escondidos em uma casa no centro de uma província iraquiana ocupada por forças da Al-Qaeda, monitorando as ruas e se preparando para atacar.

Quando uma granada explode inesperadamente o esconderijo do pelotão, o caos se instala e a necessidade de evacuar se torna o objetivo principal e mais difícil. Enquanto aguardam o resgate, a troca de tiros intensa resulta em mortos e feridos, deixando um rastro de escombros e traumas.

Trailer Oficial

O filme é uma homenagem a Elliott Miller, interpretado por Cosmo Jarvis. Um veterano de guerra que esteve presente no episódio retratado e que sobreviveu, apesar dos ferimentos que o fizeram perder a memória daquele dia. Uma reconstituição meticulosa e autêntica desse evento, com a intenção de honrar os soldados envolvidos e dar a Miller uma compreensão do que ele e seus irmãos de armas viveram.

Tempo de Guerra não é baseado apenas em um fato específico ocorrido em Ramadi, no Iraque, em 2006, mas também nas memórias e vivências de diversos soldados. Ray Mendoza e Alex Garland realizaram extensas entrevistas com ex-fuzileiros navais que estiveram presentes na Guerra do Iraque para compor o roteiro.

Ray Mendoza: Serviu como Seal da Marinha e esteve presente na Guerra do Iraque, vivenciando de perto os desafios e a brutalidade do combate. Suas experiências pessoais e o conhecimento aprofundado sobre táticas militares e a realidade no campo de batalha o tornaram um consultor valioso para produções cinematográficas.

Sua entrada no cinema começou como consultor militar e técnico em diversos filmes de Hollywood. Trabalhou em produções como Lone Survivor (2013), Jurassic World (2015), Mile 22 (2018), The Outpost (2020), Emancipation (2022) e Guerra Civil (2024), entre outros. Nesses filmes, ele garantia a autenticidade e o realismo das cenas de combate e das operações militares.

Elliott Miller: Durante a missão em Ramadi, ele era um atirador de elite e socorrista do seu pelotão, foi atingido por uma granada lançada por forças da Al-Qaeda. Posteriormente, durante a tentativa de evacuação dele e de outro SEAL ferido, um dispositivo explosivo improvisado detonou.

Resultando na perda de uma perna, lesões graves em um dos braços, queimaduras em mais da metade do corpo. Traumatismo cranioencefálico que o deixou em coma por quatro semanas, e que apagou sua memória daquele dia e da missão, além da perda da capacidade de falar como antes, ele agora utiliza um dispositivo de comunicação assistiva, como um iPad, para se comunicar.

Tempo de Guerra é um filme relativamente curto, mas muito preciso no que se quer passar ao público. Apesar de o início ser um tanto comum e arrastado em filmes de guerra, ele logo se torna denso e impactante.

Reparando nos mínimos detalhes de cada cena, é possível notar que os envolvidos quiseram fazer um filme mais real e introspectivo. Não se vê nada tão hollywoodiano, e isso é bom. Apesar das cenas de tiro e explosão, é focado no que cada soldado está sentindo. Mostrando como cada um reage ao mesmo ambiente.

Além dos traumas sofridos por eles, vemos também o que uma guerra causa. Não só os combatentes sofrem traumas ou perdas, mas a população daquele lugar. No filme, vemos que depois do confronto resta apenas destruição. Uma família a qual não tem nada a ver com a guerra, se vendo em um ambiente de destruição sem ter para onde ir, restando apenas o que restou de seu lar.

O filme teve uma excelente recepção da crítica e do público, destacando-se por seu realismo brutal e imersivo, marca registrada da A24.

Rotten Tomatoes: 93% de aprovação em 223 avaliações dos críticos e 93% de aprovação em mais de 2.500 avaliações do público.

IMDB: 7,3/10 de 56 mil avaliações.

Letterboxd: 3,6/5 (estrelas) de 335 mil avaliações.

CinemaScore: Avaliação Classe A- do público ao final das sessões.

Tempo de Guerra é um filme que não romantiza o conflito. Sua abordagem crua e visceral coloca o espectador no centro do combate. Focando nos detalhes angustiantes e na realidade do dia a dia de um soldado.

Uma homenagem aos soldados e seus sacrifícios. Ele mostra a incerteza e a brutalidade da vida no front. Focando na experiência humana do combate e nas consequências físicas e psicológicas da guerra, o filme oferece uma perspectiva sombria, mas honesta, do que é estar em um conflito armado.

Portanto, se você se interessa por filmes assim, mais imersivos e reais. Esta é uma boa pedida! Até a próxima!