Sobre Corra Que A Polícia Vem Aí! 2025

Corra Que a Polícia Vem Aí! (The Naked Gun) é um filme norte-americano que estreou em 14 de agosto de 2025. É um reboot da franquia de comédia que fez sucesso nas décadas de 80 e 90, que foi protagonizada por Leslie Nielsen.
A nova versão busca manter a essência do humor pastelão dos filmes originais, mas com uma nova história e um novo protagonista. O filme acompanha Frank Drebin Jr., o filho do lendário detetive Frank Drebin, que segue os passos do pai para liderar o Esquadrão Policial e salvar o mundo.
Dirigido por Akiva Schaffer, com roteiro de Dan Gregor e Doug Mand. Estrelado por Liam Neeson (Frank Drebin Jr.), Pamela Anderson (Beth Davenport), Paul Walter Hauser (Ed Hocken Jr.) e Danny Huston (Richard Cane).
O reboot tem gerado bastante discussão entre críticos e fãs, com pontos positivos e negativos que iremos explorar.
5 Acertos

Liam Neeson como Frank Drebin Jr.
A escolha de Liam Neeson, conhecido por seus papéis em filmes de ação sérios, para encarnar o herdeiro do detetive Frank Drebin foi um dos maiores acertos. Neeson abraça a comédia física e o humor sem sentido, mostrando uma versatilidade impressionante e rendendo algumas das melhores piadas do filme.
Sua performance, que contrasta com sua imagem de herói de ação, cria uma camada extra de humor, transformando a seriedade de seus papéis anteriores em uma fonte inesperada de gargalhadas. É a seriedade com que ele executa o absurdo que torna a comédia tão eficaz.
Homenagem à franquia original
O filme consegue capturar a essência da comédia pastelão e do humor visual que consagrou a trilogia original com Leslie Nielsen. Ele não tenta ser uma paródia moderna, mas sim uma continuação do estilo, o que agrada aos fãs de longa data. Essa abordagem é fiel à fórmula original e o torna eficaz.
Ao invés de tentar imitar, ele herda a linguagem cômica, utilizando-se de transições de cena abruptas, piadas que aparecem em segundo plano e a seriedade dos personagens diante de situações completamente malucas. Essa decisão de manter o estilo atemporal da comédia, em vez de se adaptar aos clichês atuais, faz dele uma verdadeira homenagem à trilogia original.
Atuação de Pamela Anderson
A química com Liam Neeson é excelente. Ela interpreta a femme fatale que contrasta com a comédia do protagonista, gerando um humor genuíno. Anderson se entrega ao humor do filme, seja em comédia física ou piadas sutis. A personagem é uma homenagem à Jane Spencer de Priscilla Presley, mas Anderson adiciona um toque próprio de excentricidade, tornando a atuação única e memorável.
A parceria entre os dois é o que realmente eleva a comédia do filme, pois o contraste entre a seriedade dela e o absurdo dele cria uma fonte constante de riso. Ela não é apenas um contraponto, mas uma parceira cômica que entende o tom do filme e se encaixa perfeitamente no caos, provando que o sucesso da comédia não depende apenas de um único protagonista.

Cenas de ação cômicas
O longa equilibra bem o gênero de comédia com cenas de ação exageradas e ridículas. A forma como as perseguições e as lutas são coreografadas, com um toque de humor, é um ponto alto e mostra a competência da equipe.
As perseguições de carro, por exemplo, são cheias de manobras impossíveis e destruição gratuita, mas é a reação séria dos personagens ou o timing perfeito que as torna hilárias. As lutas, por sua vez, são uma coreografia de socos e chutes que resultam em quedas e movimentos absurdos, lembrando mais uma dança ridícula do que um combate real. Parodiando os clichês do cinema de ação ao mesmo tempo em que os executa com perfeição.
Elenco de apoio carismático
Além de Neeson, o filme conta com um elenco de apoio que complementa bem a trama, incluindo a participação de Pamela Anderson e outros nomes que entregam performances sólidas, garantindo um bom ritmo e mais momentos de riso.
Paul Walter Hauser traz seu talento cômico para o papel do assistente atrapalhado, Ed Hocken Jr., e a presença de convidados especiais, como a estrela do wrestling Cody Rhodes, também adiciona camadas de humor e metalinguagem que tornam o filme ainda mais divertido.
5 Erros

Falta de originalidade no roteiro
Embora o filme seja um reboot, o roteiro não se arrisca em trazer novidades significativas para a trama. Ele segue a fórmula "irmão mais novo do original", o que pode fazer com que a história pareça previsível para quem já conhece a franquia.
O filme se apoia bastante na nostalgia, fazendo referências e homenagens constantes à trilogia com Leslie Nielsen. Para os fãs de longa data, isso é um deleite, mas para novos espectadores que não conhecem a obra original, algumas piadas e referências não fazem sentido.
Falta de um vilão memorável
O antagonista do filme, Richard Cane, não tem a mesma presença ou carisma dos vilões da trilogia original. Ele serve apenas como um motor para a trama, mas não tem o impacto cômico ou a profundidade que tornaria as interações com o herói mais interessantes.
Sua função é simplesmente dar a Neeson algo para investigar e algo para satirizar, mas ele raramente participa da comédia de forma ativa. Ele é apenas um obstáculo na história, mas não um parceiro cômico. O filme prioriza o protagonista e as situações absurdas, em vez de investir em uma dinâmica de rivalidade cômica entre herói e vilão.
Piadas que não funcionam
Nem todas as piadas funcionam, algumas parecem forçadas ou datadas, o que quebra o ritmo. O filme tenta replicar o humor da década de 80, um estilo que pode não se conectar com a sensibilidade atual, focada em ironia e sátira social.
O gênero pastelão não perde tempo com as piadas. Se uma piada não funciona na hora, ela simplesmente falha. Por isso, é normal que o filme tenha alguns momentos engraçados e outros nem tanto. Essa falta de consistência pode não agradar os espectadores jovens.

Ritmo irregular e longo
O ritmo do filme oscila em alguns momentos. Há trechos de comédia visual e diálogos rápidos que são excelentes, mas em outras partes a história se arrasta um pouco, o que prejudica o fluxo da narrativa.
O filme se perde um pouco quando precisa desenvolver a trama. Algumas cenas e sequências de ação, que deveriam apenas servir de ponte entre as piadas, são longas demais. A tentativa de dar um mínimo de seriedade à história acaba diminuindo o ritmo da comédia e quebrando o fluxo que o filme tenta construir.
Excesso de referências
Em alguns momentos, o filme exagera nas referências à obra original. Mesmo sendo uma forma de homenagem, o excesso é mais como uma tentativa de falar muito para não ir direto ao ponto, do que como uma homenagem genuína.
O filme tenta agradar os fãs mais antigos da franquia, mas em alguns momentos, as referências parecem mais um "fan service" forçado do que algo que realmente contribua para a piada ou para a história.
A forma como o filme lida com a cena icônica da "mesa" é uma homenagem inteligente, mas outras referências, como certas participações especiais, parecem um esforço para evocar a memória do espectador da trilogia original em vez de gerar um riso genuíno.
Conclusão

Corra que a Polícia Vem Aí! é uma comédia divertida e nostálgica. O filme acerta ao escalar Liam Neeson, que se entrega à comédia com maestria, e ao tentar superar o humor da franquia original. A atuação de Pamela Anderson também é um ponto alto, com ótima química ao lado de Neeson.
Apesar dos deslizes, o filme atinge seu objetivo principal: ser uma comédia irreverente e engraçada que garante boas risadas, especialmente para os fãs do humor nonsense.
Embora não inove na trama, o filme é um sucessor fiel. Ele honra a trilogia clássica com referências inteligentes e uma abordagem que preserva a essência da franquia. Até a próxima!
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