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Review: A Seita - Vale à Pena assistir a mais esse filme sobre culto?

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Analisamos o filme A Seita, top 1 na HBO MAX desde sua estreia. O longa é um triller psicológico, focado em um culto.

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A Seita (também conhecido como A Sacrifice ou Berlin Nobody) é um thriller psicológico, lançado na HBO MAX em agosto de 2025. Escrito e dirigido por Jordan Scott, filha do renomado diretor Ridley Scott, que também participa da produção do filme.

Coprodução entre Alemanha e Estados Unidos, é baseada no romance Tokyo de Nicholas Hogg de 2015. Estrelado por Eric Bana, Sadie Sink, Sylvia Hoeks, Jonas Dassler, Sophie Rois e Stephan Kampwirth.

Sinopse

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Ben Monroe é um psicólogo social que se muda para Berlim para investigar um culto local. Sua missão, no entanto, ganha um novo e perigoso rumo quando sua filha adolescente, Mazzy, começa a se envolver com membros do misterioso grupo. O enredo se aprofunda na tensão psicológica e na relação conturbada entre pai e filha, enquanto ele tenta protegê-la do perigo iminente da seita.

Analisando A Seita

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Ao ver o filme no top 1 da HBO MAX, me interessei em assistir, ainda mais por se tratar de um thriller. Com a premissa comum aos filmes do gênero e elenco conhecido, me pareceu bastante interessante. O longa é bom em alguns aspectos, mas decepciona em outros.

A atmosfera opressiva do filme é um ponto forte. A direção de Jordan Scott, a fotografia fria e os tons acinzentados transformam Berlim em um cenário perigoso e solitário, que me causou um certo desconforto. Essa estética me lembrou a forma como Gotham é retratada em O Cavaleiro das Trevas (2008), uma cidade sufocante que reflete a confusão interna dos seus personagens.

Em A Seita, a frieza da cidade é um espelho da distância que se instala entre o pai e a filha, e da frieza do próprio culto.

A força motriz do drama reside nas atuações de Eric Bana e Sadie Sink. Bana transmite a angústia de um pai que sente a filha se esvair, um desespero que é palpável nas videochamadas com Mazzy. Ele tenta, em vão, decifrar o que ela esconde, e essa impotência me tocou de verdade.

A atuação de Sink é igualmente crucial. Ela capta a vulnerabilidade de uma adolescente deslocada, seduzida pela perigosa promessa de um senso de pertencimento. Essa busca é um tema que me remete à atuação de Toni Collette em Hereditário (2018). A transformação sutil de Mazzy, com a linguagem corporal que se torna gradualmente mais rígida, é um dos aspectos mais convincentes do filme, e me fez sentir a mesma angústia do pai.

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Apesar dos méritos citados acima, a previsibilidade e a falta de dinamismo são os maiores problemas do filme. O roteiro segue a fórmula de thrillers sobre cultos de forma tão óbvia que não há espaço para surpresas genuínas. A revelação sobre o líder da seita, por exemplo, não me chocou, pois a trama nunca se esforça para alcançar as expectativas do gênero.

Filmes como Viu Este Homem? (2019) e O Apóstolo (2018) conseguiram, com maestria, construir narrativas mais densas e com reviravoltas que me pegaram de surpresa. Essa previsibilidade é agravada pelo ritmo arrastado do filme. As longas cenas de investigação sem grandes avanços e as interações repetitivas de Mazzy com o grupo fazem com que a tensão, em vez de aumentar, se perde.

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A Bruxa (2015) utiliza seu ritmo lento para construir uma tensão psicológica agonizante e um clímax aterrorizante, mas A Seita não justifica essa falta de dinamismo. A jornada de Ben é passiva de um jeito frustrante. Ele está sempre um passo atrás, o que impede a história de ganhar o impulso necessário para um desfecho impactante. Isso me lembrou do que foi feito em O Silêncio dos Inocentes (1991), onde Clarice Starling, apesar de ser nova na investigação, se move ativamente e impulsiona a narrativa, criando um suspense ininterrupto e envolvente.

Razões Para Não Assistir

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Apesar das boas atuações de Bana e Sink, o filme não aprofunda a complexidade dos personagens. A motivação de Mazzy para se juntar ao culto é apresentada de forma superficial, deixando lacunas na história.

O filme usa uma história que já vimos muitas vezes: um grupo misterioso atrai alguém para seu universo. Por isso, a maioria dos acontecimentos é fácil de adivinhar. A jornada do personagem principal, Ben, é bem direta e não tem grandes surpresas. As revelações sobre o líder do culto não impressionam, porque o roteiro não se esforça para nos chocar ou surpreender.

Se você procura um suspense com reviravoltas que te deixem sem fôlego, A Seita talvez não seja a melhor escolha. Mas se quer se divertir, pode ser okay. Até a próxima!