Vale a Pena Ver Exterritorial na Netflix? Análise do Filme em Detalhes!

Exterritorial é um thriller alemão que mistura ação, mistério e suspense, e já está disponível na Netflix.

Dirigido por Christian Zubert, o filme traz Jeanne Goursaud no papel de Sara, uma ex-soldado que se vê em uma busca angustiante por respostas após o desaparecimento do filho.

Sara, que já atuou como soldado no Afeganistão, vive assombrada por lembranças traumáticas do passado. Durante um momento aparentemente comum no parque com seu filho, um gatilho desperta memórias de uma missão trágica em que ela foi a única sobrevivente. A reação impulsiva que se segue revela o quanto seu treinamento militar ainda está presente.

Quatro anos depois, tentando recomeçar a vida, ela busca um visto de trabalho nos Estados Unidos. Mas, durante uma visita ao consulado, seu filho, Josh, desaparece sem deixar rastros. A partir daí, começa uma jornada intensa em busca de respostas, onde nada parece ser o que é. A realidade se confunde com os efeitos do estresse pós-traumático, e Sara precisa confiar nos próprios instintos para não se perder.

Com pouca ajuda dos funcionários do consulado – que demonstram mais frieza do que empatia – ela começa a perceber que está sendo manipulada. Mesmo com obstáculos por todos os lados, Sara usa suas habilidades militares para seguir pistas e enfrentar personagens misteriosos na tentativa de proteger o filho e entender o que realmente está acontecendo.

Trailer Oficial

A Protagonista: Sara (Jeanne Goursaud)

Conhecida por seu papel em The Barbarians, série de sucesso da Netflix, Jeanne Goursaud mostra aqui uma faceta maisemocional e vulnerável, ainda que continue fisicamente imponente em cena. Sua interpretação equilibra bem o lado guerreiro da personagem com o sofrimento de uma mãe desesperada*. Ela carrega o filme com intensidade e entrega, mesmo quando o roteiro perde força ou se torna previsível.

É interessante notar como Goursaud consegue conduzir o espectador através do caos mental e emocional de Sara. A câmera frequentemente a acompanha em planos fechados, destacando suas expressões carregadas de tensão, dúvida e medo — o que contribui muito para criar empatia com a personagem, mesmo nas cenas mais surreais e em meio a um roteiro caótico.

Um dos trunfos de Exterritorial é a forma como combina diferentes gêneros. A ação, o mistério e o suspense se entrelaçam de maneira orgânica, mantendo o público atento. Jeanne Goursaud entrega uma performance marcante, equilibrando bem a fragilidade emocional de uma mãe desesperada com a força de uma ex-militar.

O filme também acerta ao manter a tensão durante boa parte da trama, fazendo o espectador questionar a cada momento o que é real e o que pode ser fruto da mente da protagonista. As cenas de ação, mesmo com um orçamento mais modesto, são bem executadas e energéticas, garantindo uma boa dose de adrenalina.

Visualmente, o longa aposta em tons frios, locações fechadas e uma fotografia que reforça a sensação de isolamento e paranoia. A trilha sonora é discreta, mas eficiente na criação de suspense.

Apesar das qualidades, o filme escorrega em alguns pontos. Falta uma reviravolta realmente impactante, o que pode deixar a trama um pouco previsível. Além disso, após um começo promissor, a história acaba se desviando por caminhos paralelos que não contribuem tanto assim para o enredo principal.

Algumas cenas de ação perdem o impacto emocional que deveriam causar, e há momentos em que os diálogos soam forçados. Pequenos deslizes, como ferimentos que desaparecem, também podem quebrar a imersão de quem está assistindo.

Recepção

A recepção tem sido variada. No IMDb, o filme mantém uma nota média de 6,5, refletindo opiniões divididas. No Rotten Tomatoes, as críticas destacam o equilíbrio entre ação e narrativa, mas também apontam os mesmos tropeços já mencionados.

O começo de Exterritorial dá a impressão de que será um drama sério, mas logo o tom muda com cenas inusitadas — como uma em que a protagonista usa a tampa de um vaso sanitário como arma. Esse tipo de momento ajuda a definir o estilo do filme: uma mistura entre o realismo emocional e a ação exagerada, que funciona em partes, mas acaba se perdendo ao longo da história.

Quem curte cenas de luta bem coreografadas e não se incomoda com certos exageros pode se divertir bastante. O filme tenta equilibrar adrenalina com profundidade emocional, mas nem sempre consegue manter esse equilíbrio. Em alguns momentos, parece mais um episódio de Missão: Impossível do que um thriller psicológico, o que pode frustrar quem esperava uma abordagem mais sóbria.

Vale a pena assistir Exterritorial?

Apesar dos tropeços, o filme entrega um entretenimento honesto. Tem seus momentos empolgantes, mesmo com falhas evidentes. Se você gosta de ação e não se importa com alguns furos no roteiro, é bem possível que Exterritorial te agrade.

Na minha opinião, é um filme mediano: não traz grandes surpresas, e algumas inconsistências podem incomodar. Mas se a ideia for apenas relaxar em um dia chuvoso e curtir um pouco de ação sem compromisso, pode ser uma boa pedida.

Até a próxima!