Pecadores é um filme americano que estreou nos cinemas no dia 17 de abril de 2025. Do diretor Ryan Coogler, ele traz novamente sua parceria com o ator Michael B. Jordan para as telonas, como aconteceu em Pantera Negra (2018) e Creed: Nascido para Lutar (2015), e a parceria se repete como novidade também subgênero do terror.
O filme já acumula US$161 milhões (R$916 milhões) em bilheteria mundial apenas em suas primeiras semanas de exibição, contando com excelentes críticas da mídia especializada. Além de Jordan, o elenco conta com Hailee Steinfeld, Jack O'Connell, Wunmi Mosaku, Jayme Lawson, Omar Benson Miller, Delroy Lindo, Li Jun Li e Lola Kirke.
Sinopse de Pecadores

O filme acompanha a história de Fuligem e Fumaça, interpretados por Michael B. Jordan, irmãos gêmeos que voltam para sua terra natal a fim de abrir um bar de blues. Ao chegarem, precisam enfrentar o passado há muito deixado para trás. Enquanto tentam lidar com essas questões, encaram o racismo, as consequências de anos de escravidão e uma ameaça sobrenatural.
Pecadores explora as relações humanas à margem do segregacionismo na década de 30, e suas implicações para a vida dos moradores. Um thriller intenso, com elementos sobrenaturais e históricos.
Trailer Oficial
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Contexto histórico
Pecadores se passa no ano de 1932, no Delta do Mississippi, sul dos Estados Unidos, cerca de 70 anos após o fim da escravidão. Era um período em que a segregação racial e a violência contra o povo negro eram comuns. O filme aborda a brutalidade da KuKluxKlan e a opressão sofrida pelos afro-americanos, refletindo a realidade de uma sociedade marcada pela desigualdade. As condições de trabalho e os salários não eram compatíveis com o esforço exigido, sendo normalmente muito inferiores aos dos brancos, além de estarem quase sempre restritos a trabalhos nas lavouras, como a de algodão.
Além de abordar o racismo, o filme fala também das raízes negras, inclusive dialogando com tradições do Hoodoo, forma de magia praticada por algumas comunidades negras para alcançar objetivos específicos através de feitiços, rituais e do uso de objetos com poder mágico, como ervas, raízes e amuletos.

Coogler se baseou na história de seu tio e avô, que ouviam muito blues e eram apaixonados por música. Os gêmeos são inspirados em amigos do diretor, refletindo a dinâmica e parceria deles na vida. O filme explora a rica cultura do blues e sua importância para a comunidade negra, usando a música como uma forma de resistência e destacando a influência do Delta Blues na cultura americana.
O elemento do vampirismo é utilizado de forma magistral, criando uma analogia poderosa para falar sobre opressão e a busca por poder e identidade. Os vampiros, retratados como estrangeiros e ameaças, representam a força maligna que invade a comunidade e tenta se apropriar de sua cultura e vitalidade. No filme, o vampiro é inspirado no folclore, principalmente o europeu oriental, e também nas tradições como o Hoodoo.
Relevância Social
O filme utiliza o gênero terror, assim como Corra! (2017) e Nós (2019) de Jordan Peele, O Mistério de Candyman (1991) de Bernard Rose e A Lenda de Candyman (2021) de Nia DaCosta. Ele exemplifica o racismo estrutural e o apagamento cultural da população negra, confrontando tanto a violência quanto o medo vividos. Além disso, explora a resistência por meio da arte e valoriza a cultura negra.
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O gênero também é usado para celebrar a cultura e a história negra, contribuindo para uma representação mais justa e complexa no cinema, buscando resgatar e revalorizar a ancestralidade.
A produção faz uso de elementos góticos para criticar a sociedade racista e trata da busca por identidade e pertencimento da população negra, que é constantemente apagada cultural e socialmente.
Influências
Algumas influências e inspirações de Coogler, além das já citadas, para este filme e outros de sua carreira, vêm de diretores como:
Spike Lee: Em seus filmes sempre aborda temas como racismo, pobreza, violência, identidade cultural e história da comunidade negra nos Estados Unidos, como em Infiltrado na Klan (2018) e Malcom X (1992).
John Singleton: Em seus filmes, tratava de temas ligados à experiência afro-americana em ambientes urbanos, como violência, racismo e identidade. Abordava a masculinidade negra, o impacto do trauma e a luta por sobrevivência em contextos difíceis, em obras como Os Donos da Rua (1991) e O Massacre de Rosewood (1997).
Steve McQueen: Ator e diretor de cinema, ele explora temas como racismo, escravidão e violência contra grupos minoritários, entre eles 12 Anos de Escravidão (2013) e As Viúvas (2018).
Ava Duvernay: Fala sobre temas de grande impacto social em seus filmes, como racismo e injustiça, abordando tanto histórias reais quanto de ficção sobre a luta por direitos e igualdade da população negra, em títulos como Selma: Uma Luta pela Igualdade (2014) e A 13ª Emenda (2016).
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Recepção da Crítica
A crítica recebeu de forma bastante positiva Pecadores, muitos elogiando o longa por sua trama original, atuações e contexto histórico. Destacam que o filme aborda muito bem temas como racismo, blues e terror, além de direção, fotografia e efeitos.
Obteve uma avaliação classe A no CinemaScore, site que registra a opinião do público na saída das sessões. É o primeiro filme de terror a receber tal avaliação em 35 anos.
Rotten Tomatoes: 98% de aprovação de 342 avaliações.
IMDB: 8,2/10 de 55 mil avaliações.
Letterboxd: 4,2/5 (estrelas) de 610 mil avaliações.

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Razões para assistir Pecadores
O filme impressiona por sua trama mais do que original, explorando temas importantes como segregação racial, racismo e desigualdade. Com uma dose de terror na medida certa, agrada até quem não costuma gostar do gênero. Michael B. Jordan entrega uma performance intensa e envolvente. A direção de Coogler acerta em cheio na trilha sonora e na estilização à la Quentin Tarantino.
Pecadores continua em exibição em todos os cinemas do país, aumentando expressivamente seus números de bilheteria e aceitação da crítica e do público.
Portanto, não perca tempo e vá assistir a esse filme incrível nos cinemas. Até a próxima!
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