Review: A Namorada Ideal - Vale a pena assistir? + Diferenças entre série e livro

A Namorada Ideal (também conhecido como The Girlfriend ou The Ideal Partner) é uma minissérie de thriller psicológico, com seis episódios lançada no Prime Video, em setembro de 2025. Baseada no best-seller homônimo de Michelle Frances.

Estrelada e dirigida por Robin Wright, compõem também o elenco Olivia Cooke, Laurie Davidson, Waleed Zuaiter, Tanya Moodie, Shalom Brune-Franklin e Anna Chancellor.

Laura (Robin Wright), uma mulher com uma vida aparentemente perfeita, cujo mundo começa a desmoronar quando seu filho, Daniel (Laurie Davidson), apresenta a nova namorada, Cherry (Olivia Cooke). Laura passa a acreditar que Cherry é uma ambiciosa alpinista social, enquanto a questão central é se suas suspeitas são justificadas ou resultado de paranoia.

Trailer Oficial

Diferenças entre a série e o livro com spoilers

A série mantém a essência do thriller de Michelle Frances, mas introduz mudanças significativas para intensificar o drama, ajustar o ritmo e adequar a narrativa ao formato televisivo.

Alteração da Idade dos Personagens

Série: Daniel e Cherry são apresentados com quase 30 anos, com carreiras já mais estabelecidas. Tornando a sabotagem de Laura na carreira de Cherry mais cruel, já que a nora estaria há mais tempo trabalhando em sua área.

Livro: Eles têm cerca de 24 e 25 anos, ainda no início da vida adulta e da carreira.

Mudança no Personagem de Howard (O Pai)

O pai de Daniel e marido de Laura sofreu uma mudança de caráter importante.

Série: Ele é retratado como um marido mais presente, equilibrado e atencioso, agindo como a voz da razão e tentando conter os excessos e a paranoia de Laura. Essa mudança o torna muito mais simpático e fácil de torcer para o público da série.

Livro: Howard é um personagem mais distante, ausente e um marido infiel.

A Natureza do Acidente de Daniel

O evento que coloca Daniel em perigo e eleva o conflito entre as mulheres é diferente.

Série: O acidente acontece em uma perigosa escalada. Essa mudança é usada para enfatizar o lado protetor de Cherry, já que ela tenta defendê-lo e fica isenta de qualquer responsabilidade na queda, ao contrário do que Laura tenta fazê-lo crer.

Livro: Daniel se acidenta durante uma prática de rafting.

Diferença no Foco da Personagem Cherry

Série: A personagem é apresentada de forma mais afetuosa e carente de aceitação, embora o mistério sobre suas verdadeiras intenções persista. Isso adiciona mais ambiguidade ao seu caráter e à dúvida do espectador sobre quem é a verdadeira vilã.

Livro: Cherry é retratada de forma mais explícita como uma ambiciosa alpinista social, cujo interesse por Daniel está fortemente ligado à sua riqueza e ascensão social.

O Grande Final

Série: É Laura quem morre na luta contra Cherry, e a série mostra Daniel e ela juntos e felizes em um salto temporal de um ano, com Cherry grávida e se dando bem com o sogro.

Livro: No clímax do confronto, é Cherry quem morre em uma briga com Laura, o que é o resultado da mentira de Laura de que Daniel havia morrido.

O maior acerto da série é o recurso narrativo da dualidade. Em uma cena, o espectador acompanha o ponto de vista de Laura e interpreta um gesto de Cherry como uma manipulação calculada. Na cena seguinte, no entanto, o mesmo diálogo ou evento é revisitado pela perspectiva de Cherry, que o interpreta como um ataque da sogra ou uma tentativa desesperada de se defender.

Fazendo com que o público fique constantemente questionando a verdade: A nora é uma alpinista social perigosa, ou a sogra é apenas paranoica e controladora? É um "jogo mental" que coloca a própria percepção em xeque.

A tensão constante e o suspense psicológico são bem construídos, mantendo o público engajado na maratona dos seis episódios, enquanto a série também toca em temas relevantes como a maternidade sufocante, a manipulação em relacionamentos e a dificuldade de lidar com a ambição alheia.

A série acerta ao oferecer uma conclusão totalmente definitiva e deixar algumas pontas soltas é uma escolha inteligente que reforça o tema da ambiguidade, e instiga o público a questionar quem é realmente a vilã.

Ela se encaixa no mesmo nicho de séries que exploram o ponto de vista não confiável e a ambiguidade moral, como The Affair (2014) - (que narra eventos sob as perspectivas conflitantes dos protagonistas) ou You (2018) - (onde a perspectiva distorcida do personagem principal domina a narrativa).

A série tem sido bem recebida pela crítica especializada, sendo considerada um thriller psicológico envolvente e viciante.

Rotten Tomatoes: 86% de aprovação em 42 avaliações dos críticos e 72% de aprovação em mais de 100 avaliações do público.

IMDb: 7,2/10 de 8,8 mil avaliações.

Letterboxd: 3,6/5 (estrelas) de 11 mil avaliações.

A série te deixa completamente paranoico e sem saber em quem acreditar. É um verdadeiro jogo de espelhos que coloca a sua própria capacidade de julgamento em dúvida. Você termina cada episódio indagando sobre as duas perspectivas, e do lado de quem ficar.

Apesar de se destacar mais pela sua execução e intensidade do que pela originalidade da trama, vale a pena assistir a esse thriller psicológico instigante e envolvente.

Até a próxima!