Review da Temporada Final de Cobra Kai – Os fãs ficaram felizes?

A sexta e última temporada de Cobra Kai marca o fim de uma jornada que começou como uma pequena produção nostálgica e se transformou em um dos maiores sucessos da Netflix.

Com lutas emocionantes, reviravoltas dramáticas e uma boa dose de humor, a série conseguiu reviver a magia de Karatê Kid para uma nova geração.

Mas será que a despedida fez jus ao legado?

Após os eventos intensos do Sekai Taikai, o torneio global de karatê, os destinos de Johnny Lawrence (William Zabka), Daniel LaRusso (Ralph Macchio) e seus alunos estão em jogo. Com Terry Silver derrotado e o dojô Cobra Kai desmantelado, a paz parece finalmente possível. No entanto, um novo inimigo surge: Sensei Wolf, um lutador brutal e implacável que promete levar o karatê a outro nível e restaurar a filosofia implacável do Cobra Kai com ainda mais violência.

Enquanto isso, Johnny e Daniel precisam deixar suas diferenças completamente de lado para treinar seus alunos e prepará-los para o maior desafio de suas vidas. Miguel (Xolo Maridueña), Robby (Tanner Buchanan) e Hawk (Jacob Bertrand) lutam para provar que são os melhores, enquanto Samantha (Mary Mouser) e Tory (Peyton List) enfrentam seus próprios dilemas pessoais e questionam seus caminhos no karatê.

Ao longo dos episódios, antigos aliados retornam e novas alianças são formadas, culminando em um embate final de tirar o fôlego. A rivalidade entre Cobra Kai e os dojôs de Johnny e Daniel atinge seu ápice, e os personagens precisam decidir, de uma vez por todas, qual legado querem deixar.

O que começou como um spin-off inusitado se tornou um fenômeno cultural. Cobra Kai pegou a estrutura simples do clássico Karatê Kid e a expandiu, dando profundidade a personagens que antes eram apenas arquétipos.

A Evolução dos Personagens

Se nas primeiras temporadas vimos Johnny tentando se reinventar e Daniel tentando equilibrar sua vida entre negócios e karatê, na última temporada ambos finalmente encontram seu caminho - junto dos jovens.

Johnny Lawrence

No começo da série, Johnny era um homem preso ao passado, vivendo de glórias antigas e ressentimentos. Seu dojô Cobra Kai começou como um reflexo de sua mentalidade ultrapassada, mas, ao longo da série, ele foi aprendendo a ser um verdadeiro mentor e pai. Seu relacionamento com Miguel e Robby foi um dos maiores catalisadores dessa mudança. No final da série, Johnny não é mais apenas um sensei durão, mas alguém que finalmente encontrou propósito e equilíbrio em sua vida, aceitando tanto o passado quanto o presente.

Daniel LaRusso

No início, Daniel parecia ter vencido na vida, mas ainda vivia à sombra de sua rivalidade com Johnny. Sua insistência em seguir os ensinamentos de Miyagi de forma rígida o impedia de enxergar outras perspectivas. Ao longo da série, ele aprende a ser mais flexível e a compreender que o equilíbrio vem da adaptação, não da teimosia. No final, Daniel se mostra um lutador mais completo, que finalmente aprendeu a trabalhar junto de Johnny em vez de contra ele.

Robby Keene

Desde o começo da série, Robby esteve dividido entre duas figuras paternas conflitantes—Johnny e Daniel—e sua relação conturbada com ambos moldou grande parte de sua jornada. Na última temporada, ele finalmente encontra paz consigo mesmo, deixando o rancor de lado e se tornando um dos lutadores mais equilibrados da série. Seu arco de redenção o transforma não apenas em um competidor formidável, mas também em um irmão mais velho para Kenny, mostrando que sua evolução vai além do tatame.

Miguel Diaz

Miguel começou como um jovem tímido que encontrou confiança e propósito no karatê. Seu relacionamento com Johnny o moldou tanto como lutador quanto como pessoa. Na temporada final, Miguel já não é apenas um aluno promissor, mas um verdadeiro líder, que se preocupa mais com a filosofia do karatê do que com competições. Ele se torna um elo entre os diferentes grupos e ajuda a unir os dojos.

Hawk (Eli Moskowitz)

Hawk teve uma das trajetórias mais intensas da série. Começando como um garoto inseguro, ele se transformou em um dos lutadores mais agressivos do Cobra Kai antes de finalmente encontrar um meio-termo. Na última temporada, Hawk demonstra maturidade ao deixar sua necessidade de provar algo para os outros e se tornar um competidor que luta por seus próprios ideais, consolidando-se como um dos principais campeões.

Samantha LaRusso

Sam sempre esteve presa entre diferentes expectativas—como filha de Daniel e como lutadora. Ao longo da série, ela enfrenta suas inseguranças e pressões, tornando-se uma competidora completa. Na última temporada, ela deixa de se definir por rivalidades e se concentra em sua própria identidade, sendo uma peça essencial na união dos dojos.

Tory Nichols

Tory começou como uma antagonista movida por raiva e necessidade de sobrevivência. No entanto, sua trajetória foi além da rivalidade com Sam. Ao perceber as manipulações de Terry Silver, Tory passa por um grande arco de redenção, tornando-se uma aliada inesperada para seus antigos rivais. Sua luta por independência e justiça a torna uma das personagens mais complexas e interessantes da temporada final.

Kenny Payne

Introduzido como um jovem intimidado, Kenny rapidamente ascende dentro do Cobra Kai, tornando-se um lutador formidável. No entanto, sua jornada é marcada por decisões questionáveis e pela influência negativa dos mentores errados. Na última temporada, ele enfrenta um dilema entre o desejo de provar sua força e a necessidade de encontrar sua verdadeira identidade, com Robby desempenhando um papel fundamental em sua mudança de perspectiva.

Os jovens personagens foram além de simples alunos de karatê e se tornaram figuras complexas, cada um com seu próprio arco de crescimento e amadurecimento, tornando a última temporada ainda mais significativa.

A sexta e última temporada de Cobra Kai encerrou a série de forma grandiosa, mantendo o equilíbrio entre nostalgia e inovação. A produção conseguiu entregar um desfecho satisfatório para seus personagens, algo que foi amplamente elogiado tanto pela crítica quanto pelo público. No entanto, alguns aspectos geraram controvérsia, incluindo a estrutura da temporada e certas escolhas narrativas.

A recepção dos fãs foi, em grande parte, positiva. Muitos elogiaram o encerramento da história, que deu destino adequado aos principais personagens sem deixar pontas soltas. No Rotten Tomatoes, a série manteve uma aprovação alta, enquanto no IMDb, a nota geral da temporada ficou em torno de 8.5/10, refletindo a satisfação do público. Nas redes sociais, espectadores destacaram as cenas emocionantes e as batalhas épicas, que mantiveram o espírito vibrante da franquia Karatê Kid.

Pontos Positivos

Fidelidade ao Espírito de Karatê Kid

A série sempre soube equilibrar nostalgia e inovação. A última temporada traz diversas referências aos filmes, mas sem se tornar um simples "fan service". O retorno de personagens clássicos como Mike Barnes (Sean Kanan) e Chozen (Yuji Okumoto) foi bem integrado à trama.

Lutas Bem Coreografadas

Se tem algo que Cobra Kai nunca decepciona, são as lutas. A coreografia dos combates continua impressionante, com sequências de ação intensas que fazem jus ao espírito dos filmes.

Mistura de Drama e Comédia

O humor sempre foi um dos pontos fortes da série, principalmente graças a Johnny e seu jeito antiquado de ver o mundo. A última temporada mantém esse equilíbrio entre momentos emocionantes e cenas hilárias.

Desenvolvimento dos Personagens

O maior acerto da temporada foi o desenvolvimento dos personagens, especialmente Johnny Lawrence. Desde o início da série, Johnny passou por uma jornada de redenção, e seu arco se encerra de maneira satisfatória, mostrando seu amadurecimento como sensei e como pai. O Omelete destacou que Cobra Kai soube equilibrar o resgate de personagens clássicos com a progressão das novas gerações, sem depender apenas da nostalgia.

Daniel LaRusso também teve um papel significativo no desfecho da trama, finalmente consolidando sua parceria com Johnny e encerrando sua rivalidade com um sentimento de respeito mútuo.

Pontos Negativos

Divisão da Temporada

A decisão da Netflix de dividir a temporada em três partes gerou frustração entre os fãs. No Twitter, muitos espectadores reclamaram que os longos intervalos entre os lançamentos quebraram o ritmo da história, prejudicando a imersão. No Metacritic, alguns usuários mencionaram que, apesar do final emocionante, a série poderia ter sido mais ousada em algumas resoluções narrativas.

Arcos Previsíveis

Embora a série tenha começado com uma abordagem inovadora, muitas tramas da última temporada seguem padrões previsíveis. Algumas rivalidades se resolvem de forma um pouco apressada, e certas reviravoltas podem ser antecipadas por quem já acompanha a fórmula da série.

Personagens em Segundo Plano

Com tantos personagens importantes, alguns acabam ficando de lado. Dimitri (Gianni Decenzo), por exemplo, teve menos destaque do que em temporadas anteriores. Mesmo antagonistas como Terry Silver poderiam ter tido um desfecho mais impactante.

Clichês

Embora a série seja celebrada por sua capacidade de equilibrar nostalgia e inovação, alguns críticos apontaram que a temporada final recorreu a clichês previsíveis. Determinados arcos narrativos seguiram caminhos já esperados, o que pode ter diminuído o impacto de algumas reviravoltas para o público mais atento.

Mesmo com essas críticas, Cobra Kai conseguiu encerrar sua trajetória de maneira memorável - positiva ou negativa, depende do coração de cada fã!

Cobra Kai entrega uma despedida que honra o legado de Karatê Kid, misturando ação, humor e emoção na dose certa. Embora não escape de alguns clichês e tropeços narrativos, a série finaliza sua trajetória de maneira satisfatória, deixando um impacto duradouro na cultura pop.

Se este é realmente o fim ou se veremos mais histórias do universo Karatê Kid, só o tempo dirá. Aliás, em breve, haverá um novo filme!