Review de A Melhor Irmã, série Top 1 da Prime Video!

A Melhor Irmã (The Better Sister) é uma série norte-americana de suspense da Prime Video, que estreou no streaming no dia 29 de maio de 2025. Criada pelas showrunners Olivia Milch e Regina Corrado, com produção de Craig Gillespie, é baseada no romance homônimo de 2019 da autora Alafair Burke.

A série está no Top 1 do streaming desde sua estreia e conta com um elenco estrelado pelas já conhecidas Jessica Biel e Elizabeth Banks.

Chloe (Jessica Biel) e Nicky (Elizabeth Banks) têm suas vidas drasticamente separadas por eventos traumáticos do passado. Enquanto Chloe é aparentemente bem-sucedida e vive em círculos de elite em Nova York com seu marido advogado, Adam (Corey Stoll), e seu filho adolescente, Ethan, Nicky luta contra o vício e as adversidades da vida. A trama se desenrola a partir do brutal assassinato de Adam, um evento que força as irmãs a se reencontrarem e a confrontarem segredos familiares há muito enterrados.

À medida que a investigação avança, revelações chocantes vêm à tona, desvendando uma teia complexa de mistérios, traições e laços familiares rompidos, enquanto ambas buscam a verdade por trás da morte de Adam e tentam reconstruir sua relação fragmentada.

Trailer Oficial

A Melhor Irmã se insere no subgênero de thrillers psicológicos que exploram as complexidades das relações familiares e os segredos da alta sociedade, um terreno fértil que tem gerado produções de sucesso como Big Little Lies. A série, embora não inove radicalmente a fórmula, consegue prender a atenção do espectador por meio de uma narrativa bem construída e um ritmo que favorece a maratona.

Pontos Positivos: A profundidade com que a série explora a relação entre as irmãs Chloe e Nicky é bastante palpável e sensível. Diferentemente do livro, que foca mais na morte de Adam, a adaptação televisiva dedica um tempo considerável para desenvolver a infância e os traumas que moldaram a dinâmica entre elas.

Essa abordagem permite uma compreensão mais rica das motivações e dos conflitos internos de cada personagem, elevando o drama para além de um simples mistério de assassinato. A jornada de Nicky com o abuso de substâncias e suas alucinações com o pai abusivo são elementos que adicionam camadas de complexidade psicológica, tornando a personagem mais multifacetada e empática.

A série também se beneficia de uma produção visual competente, que capta a atmosfera da alta sociedade nova-iorquina e os momentos de tensão com eficácia.

Pontos Negativos: Embora o suspense seja bem construído, a trama não consegue surpreender o espectador mais atento, repetindo clichês do gênero. A principal crítica reside na sua previsibilidade em certos momentos.

A resolução de alguns mistérios pode parecer apressada ou conveniente, diminuindo o impacto das revelações. Além disso, a série, por vezes, se estende em subtramas que, embora contribuam para o desenvolvimento dos personagens, podem desacelerar o ritmo narrativo principal. A exploração do grupo criminoso Gentry, por exemplo, é mais detalhada na série do que no livro, mas nem sempre se integra de forma orgânica à trama central, parecendo um adendo para justificar certos eventos.

A adaptação de "The Better Sister" para a tela do Prime Video trouxe algumas modificações significativas em relação ao romance original de Alafair Burke. Essas alterações foram, em sua maioria, bem-sucedidas em aprofundar a narrativa e os personagens para o formato televisivo.

Aprofundamento da Relação entre Nicky e Chloe: Enquanto o livro se concentra mais na morte de Adam, a série dedica um espaço considerável para explorar a infância e a complexa dinâmica entre as irmãs, oferecendo uma compreensão mais rica de suas personalidades e conflitos.

Jornada de Sobriedade de Nicky: A série dá maior destaque à luta de Nicky contra o alcoolismo e seu processo de sobriedade, incluindo a participação em reuniões de AA e a relação com seu padrinho, Ken. No livro, sua sobriedade é mais um fato estabelecido do que um arco narrativo em desenvolvimento.

Alucinações de Nicky com o Pai: Um elemento adicionado na série são as alucinações de Nicky com seu pai abusivo, Hank. Essas visões servem para ilustrar o trauma subjacente da personagem e sua luta interna, algo que o livro apenas menciona de forma mais sutil.

O Grupo Criminoso Gentry: A série expande a subtrama do grupo Gentry, detalhando suas atividades criminosas, que incluem homicídio culposo, servidão por dívida e tráfico de pessoas. No livro, as referências aos crimes do grupo são mais vagas, limitando-se a um esquema de licitação internacional.

O Caso de Brutalidade Policial de Guidry: A série aprofunda o arco da detetive Guidry, revelando um passado de brutalidade policial que a leva a ser suspensa. Essa adição aumenta as apostas para a personagem e a conecta de forma mais complexa à trama principal, diferentemente do livro, onde sua participação se encerra após a prisão de Bill Braddock.

Como analista de conteúdo televisivo, minha percepção sobre A Melhor Irmã é que a série, embora não reinvente a roda do gênero de suspense psicológico, executa sua proposta com competência e um notável foco no desenvolvimento de personagens.

A decisão de aprofundar a relação entre as irmãs e explorar seus traumas passados é um acerto fundamental, pois é essa dinâmica que realmente sustenta o interesse do espectador, mais do que o mistério central do assassinato em si.

A série consegue criar uma atmosfera de tensão e desconfiança que permeia cada episódio, mantendo o público engajado na busca por respostas. Contudo, a previsibilidade de alguns arcos narrativos e a lentidão no ritmo podem ser pontos de atrito para quem busca um thriller mais ágil e repleto de reviravoltas inesperadas. A série se beneficia enormemente das atuações de Jessica Biel e Elizabeth Banks, que entregam performances convincentes.

A Melhor Irmã é uma série que cumpre o que promete: um drama familiar denso com um pano de fundo de mistério, ideal para quem aprecia narrativas focadas no desenvolvimento psicológico e nas relações humanas, mesmo que não apresente grandes inovações em sua estrutura.

A série tem recebido uma recepção mista, mas predominantemente positiva, tanto da crítica especializada quanto do público em geral. Muitos elogiam a capacidade da série de criar um suspense envolvente e aprofundar as relações entre os personagens, destacando as atuações de Jessica Biel e Elizabeth Banks como um dos pontos mais fortes.

Rotten Tomatoes: 70% de aprovação dos críticos e 80% de aprovação do público.

IMDB: 7,0/10 de 5,2 mil avaliações.

A série teve um bom desempenho no Prime Video, figurando entre os títulos mais assistidos. Ela explora de forma profunda e complexa os laços familiares, os traumas do passado e as consequências dos segredos guardados.

Ela vai além do material original, adicionando camadas e nuances aos personagens e à trama, o que pode ser um atrativo até mesmo para quem já leu o livro. Apesar de não ser revolucionária, oferece um entretenimento sólido e bem executado para os fãs de thrillers psicológicos e dramas familiares.

Jessica Biel e Elizabeth Banks entregam atuações impecáveis e são, sem dúvida, as que melhor atuam na série, conseguindo capturar a essência de suas personagens e a complexidade de seus arcos narrativos.

É uma ótima pedida para quem busca uma história com personagens complexos e um mistério que se desenrola gradualmente, revelando as profundezas das relações humanas. Até a próxima!